domingo, 10 de abril de 2011

Rapaz entra em escola, mata 12 estudantes e fere outros 12 no Rio de Janeiro

Um crime que chocou o Brasil. Na manhã da última quinta-feira, (07/04) por volta das 08h00 da manhã, Welington da Silva Menezes, de 23 anos, ex-aluno da escola municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengo, Zona Oeste do Rio, chegou na porta da escola apresentando uma carteirinha de ex-estudante da instituição e disse que ia fazer uma palestra, já que a unidade escolar estava completando 40 anos de atividade. Uma professora o viu e o reconheceu como ex-aluno da unidade, já que Wellington estudou na escola durante quatro anos (1999/2002). Quando chegou em uma das salas de aula, no 1° andar, sacou um revólver calibre 38 e começaram os disparos. O crime ganhou repercussão nacional e internacional, e a imprensa estrangeira deu destaque ao crime que aconteceu no Brasil, visto que atentados semelhantes aconteceram, nos últimos anos, em escolas americanas.

O título de uma reportagem exclusiva sobre o caso estampada na capa do jornal Diario de Pernambuco, dizia assim: "12 mortos, 190 milhões de feridos", fazendo uma comparação com a dor dos familiares das vítimas em relação à revolta de todos os brasileiros e brasileiras por um crime que chocou e emocionou a um país inteiro. Na sexta-feira, um dia após o episódio, a escola amanheceu de luto e dezenas de pessoas,  entre familiares, amigos, vizinhos e curiosos prestaram homenagens às vítimas com fotos, flores e velas, além de mensagens escritas em cartazes na frente do prédio da escola. A direção do colégio afirma que não há previsão de retorno dos estudantes às aulas.

Foto mostra a frente da escola pouco depois dos tiros.
O clima de dor e revolta por um crime tão brutal tomou conta de familiares minutos depois dos tiros, e a polícia foi chamada por duas estudantes feridas. Um policial entrou na escola e encontrou o atirador, que apontou a arma em sua direção, mas acabou sendo baleado no abdômem pelo policial, que agiu rápido. Após cair no chão, o assassino se matou com um tiro na cabeça, vindo à óbito. Segundo o policial,  "Ele estava com um olhar transtornado, determinado a continuar aquela chacina" afirmou. Se não tivesse agido rápido, Wellington teria feito mais vítimas. O policial ainda disse que, em 18 anos de profissão, nunca tinha visto coisa parecida. Pouco depois do crime, a tensão e os gritos de socorro tomaram conta dos corredores da escola. Muitos pais deseperados e sem notícias dos filhos ficaram sem saber o que fazer. Quando um tumulto de pessoas começou a se formar, um policial permitiu a entrada das pessoas no prédio da escola.

 A presidente Dilma Rousseff decretou, no mesmo dia do massacre, luto oficial de três dias. A presidente se emocionou e pediu um minuto de silêncio em homenagem às crianças assassinadas, durante cerimônia de formação de empreendedores individuais, no Planalto, em Brasília. Dilma ainda lamentou o crime e afirmou que o dia do ocorrido (quinta-feira) foi um dia muito triste para os brasileiros."Esse é um país que sempre teve uma relação de grande carinho cultural pelas crianças. É inadmissível violência em geral, mas a violência contra as crianças coloca todos nós em sensação de grande repúdio”, disse. “Encerro meu pronunciamento cumprimentando os empreendedores individuais, mas, sobretudo, homenageando crianças inocentes que perderam a vida e o futuro neste dia, lá em Realengo." (...) afirmou.

Com a repercussão do episódio, está sendo discutido em Brasília a instalação de detectores de metal na entrada de escolas públicas. Este é o projeto de lei que propõe o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), que apresentou o projeto à Câmara dos Vereadores em Brasília. Segundo o deputado, esta seria uma medida para inibir a violência nas escolas, como o que aconteceu na escola do bairro do Realengo, no Rio. Outro projeto semelhante tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, de autoria da vereadora Teresa Bergher (PSDB).

A violência do crime cometido por Wellington na última quinta-feira reacende a polêmica da violência nas escolas e serve de alerta para o Brasil. Segundo a irmã do rapaz e pessoas próximas, ele era uma pessoa retraída e pouco falava com as pessoas, além de passar maior parte do tempo em casa na internet. Wellington não tinha amigos e era  vítima de bulliyng, palavra de origem inglesa que em português significa intimidar, amedrontar, humilhar e refere-se a atitudes ameaçadoras e intimidações por partes de outros alunos, com perseguições dentro e fora da escola e violência física e psicológica.

Em abril de 1999, um crime semelhante chocou a população americana: dois jovens, um de 17 e outro de 18 anos mataram 13 colegas e um professor na Columbine High School, no Colorado, Estados Unidos, suicidando-se em seguida. Eles estavam revoltados por não serem populares na escola e mostravam seu ódio na internet. Um deles tinha um site no qual escrevia planos de vingança. Em 2007, um estudante de origem coreana matou 32 estudantes e feriu 15 no campus da universidade Virgínia Tech, onde estudava. Horas antes do atentado, ele enviou pelos correios para a rede de TV NBC um pacote com 43 fotografias, 27 arquivos de vídeo e 23 páginas de texto mostrando que o crime foi planejado. Após os tiros, ele se matou. Em novembro do mesmo ano, na Finlândia, outro massacre ocorreu. Um estudante de 18 anos disparou contra colegas e professores no bairro de Tuusula, deixando um saldo de 8 mortos.  Em seguida, ele se suicidou. O que chama a atenção é que horas antes de promover o atentado, ele postou um vídeo na internet anunciando que cometeria o crime.

Esse vídeo, abaixo, postado no You Tube mostra os momentos de tensão após os tiros na escola do bairro do Realengo.


Carta deixada pelo atirador


Com mensagens de cunho religioso, Wellington da Silva Menezes surpreendeu as autoridades ao deixar essa carta citando Deus e Jesus, que, segundo a imprensa, remete ao islamismo. Especialistas tentaram  traçar um perfil do criminoso avaliando a carta escrita por ele. Em sua casa, antes de praticar o atentado que fez várias vítimas e acabar morto, o rapaz tentou destruir as provas do planejamento do crime, como o seu computador, que apareceu completamente queimado. Dias antes da tragédia, o assassino ainda anunciou por meio de um site de relacionamentos da internet que praticaria o massacre. Em poucas horas depois do crime, surgiram na internet várias manifestações de repúdio ao atentado ocorrido na escola. O corpo do rapaz  se encontra no Instituto de Medicina Legal (IML), e se não aparecer ninguém da família para liberar o corpo num prazo de 15 dias, ele será enterrado como corpo não reclamado.

Um comentário:

  1. ESSE RAPAZ TEVE UMA VIDA MUITO INFELIZ DEPOIS QUE A MÃE ADOTIVA DELE MORREU,OS IRMÃOS POSTIÇOS DESPREZAVAM O COITADO...ENFIM ELE NÃO TEVE APOIO DE NINGUEM MUITO MENOS DESSA SOCIEDADE EGOISTA/EGOCENTRICA...NÃO TO AQUI JUSTIFICANDO O EERO DELE,POREM,TODO ERRO EM UMA PESSOA BOA TEM UMA CAUSA

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