quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Terminais de ônibus do Grande Recife carecem de infraestrutura e rodoviários reivindicam melhorias

Moradores do bairro do Jordão reclamam da demora na reforma do terminal
A situação de alguns terminais de ônibus da Região Metropolitana do Recife vem sendo sinônimo de dor de cabeça para motoristas, cobradores e fiscais, que utilizam os terminais todos os dias para trabalhar. O abandono e a falta de infraestrutura adequada nesses locais está sendo alvo de constantes reclamações dos trabalhadores rodoviários, que reivindicam melhores condições de trabalho por parte dos empresários do setor de transportes.

Em diversos terminais de diferentes empresas de ônibus, espalhados pelo Grande Recife, a situação é a mesma e os profissionais são submetidos a condições precárias de trabalho, a começar pelo abrigo aonde o fiscal trabalha que, em alguns locais, o espaço físico do lugar só acomoda uma pessoa, sem proteger motoristas e cobradores dos raios de sol e da chuva.

Entre as reclamações dos trabalhadores também está a falta de água para beber e a ausência de banheiros femininos nos terminais. Para tentar reverter esses casos e criar melhores condições de trabalho para os rodoviários, o Sindicato dos Rodoviários Urbanos de Pernambuco (STTREPE) cobra soluções para os problemas enfrentados pelos trabalhadores e pressiona as empresas de ônibus do Grande Recife a cumprirem os acordos com seus funcionários.

Segundo o jornal O Para-Choque, publicado mensalmente pelo Sindicato dos Rodoviários, os terminais de ônibus que mais apresentam problemas são os terminais Largo do Maracanã (Casa Amarela), Setúbal, Alto Dois Carneiros (Jaboatão), José Amaurino dos Reis (Beberibe) e da linha Cabo/Praia, no Cabo de Santo Agostinho. Para se ter uma ideia do problema, os terminais da empresa Globo no Largo do Maracanã e no Vasco da Gama, ambos na Zona Norte do Recife, estão sem banheiros e sem locais para refeições dos funcionários.   

Além disso, uma vala com o esgoto a céu aberto corre por baixo da cabine do fiscal em um dos terminais da empresa Globo, trazendo um mau cheiro e o risco de acidentes no local. Já na empresa Vera Cruz a situação precária em alguns terminais não é diferente. Em novembro passado, funcionários da empresa mobilizaram uma paralisação de 24 horas reivindicando melhores condições de trabalho, já que, segundo eles, alguns ônibus estavam sem manutenção e os profissionais trabalhavam mais do que o horário previsto.

A Borborema e a Itamaracá também são campeãs no ranking de reclamações dos rodoviários. Em muitos terminais, a situação se repete. Ainda segundo O Para-Choque, nos terminais da empresa Borborema de Jardim Beira Rio, Setúbal, Marcos Freire/Boa Viagem e do bairro do Totó o abandono toma conta dos abrigos: muitos não têm nem espaço para acomodar o fiscal e banheiros para os trabalhadores. Em um dos terminais da empresa Itamaracá os funcionários ficam expostos debaixo das árvores quando vão fazer as refeições. Em e-mail enviado às empresas de ônibus citadas nesta matéria, nenhuma delas se manifestou para se defender das denúncias dos rodoviários.

Jordão Alto

Em dezembro passado, a TV Globo esteve no terminal do Jordão Alto, Zona Sul do Recife, para mostrar a situação de abandono do terminal do bairro. Segundo moradores, o problema nunca era solucionado, uma vez que a Vera Cruz, empresa responsável pelo terminal, já tinha tomado conhecimento do problema. Com rachaduras no local e a estrutura degradada pelo tempo, o lugar já não oferece comodidade e segurança para quem trabalha no local. Depois das denúncias na TV, o Grande Recife Consórcio de Transportes prometeu que a reforma do terminal seria feita e que até fevereiro deste ano seria entregue à população. Ainda segundo moradores, a reforma do terminal estava prevista desde o dia 30 de dezembro do ano passado.

Foto: Deyvson Thiago 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Estudantes promovem protesto no Recife por conta do reajuste nas tarifas de ônibus

Policiais tentam conter manifestantes em protesto contra o aumento das tarifas
O Recife viveu um dia de caos, na última quarta-feira (01) no final da tarde. Em passeata pelas ruas do Centro do Recife, integrantes de movimentos estudantis promoveram, de forma exagerada, um protesto contra o reajuste nas tarifas de ônibus. A manifestação interditou o trânsito durante alguns minutos na Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores viários da cidade. Inconformados com o reajuste de 6% nas tarifas, os estudantes invadiram o posto de recarga do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) na Praça Maciel Pinheiro.

O que seria apenas uma passeata acabou virando sinônimo de pânico entre pedestres e lojistas. Com a manifestação, alguns comerciantes chegaram a fechar as portas de seus estabelecimentos. Após deixar o posto de recarga do VEM, depois de quase duas horas no local, os estudantes seguiram para a Conde da Boa Vista e para o Parque Treze de Maio, onde alguns integrantes do grupo chegaram a forçar a abertura das portas de desembarque dos ônibus com as mãos, fazendo com que alguns passageiros viajassem sem pagar a tarifa. O ato mobilizou cerca de 100 estudantes.

O protesto dos estudantes causou transtornos à população, que precisou esperar mais tempo para pegar ônibus. A manifestação também dificultou a vida de quem precisou recarregar seu cartão VEM no posto da Maciel Pinheiro. Com a invasão dos manifestantes, a Polícia Militar chegou a bloquear as portas de entrada e saída do posto, gerando uma fila que se estendeu da rua do Hospício até a Conde da Boa Vista. Com o reajuste nas tarifas, o anel "A" passa de R$ 2,00 para R$ 2,15. Já o anel "B" passa de R$ 3,10 para R$ 3,25. Os empresários do setor de transportes defendiam um reajuste de 17% nas tarifas, mas o governo concedeu um aumento de apenas 6%.

Depois do aumento, o Comitê Popular Contra o Aumento das Passagens de Ônibus divulgou as reivindicações do grupo, como a revogação do aumento das tarifas, o congelamento das mesmas por quatro anos, a anulação imediata de todos os inquéritos contra os manifestantes e o Passe Livre para estudantes e desempregados. O protesto que aconteceu no Centro do Recife, foi mais um episódio truculento e exagerado de vândalos travestidos de estudantes. O reajuste nas tarifas de ônibus do Grande Recife foi mais uma vitória dos empresários do setor de transportes.