segunda-feira, 1 de julho de 2013

Rodoviários do Grande Recife entram em greve por tempo indeterminado

Em diversos pontos do Recife os ônibus bloqueavam as vias de tráfego
Mais uma vez motoristas, cobradores e despachantes entraram em greve por tempo indeterminado na Região Metropolitana do Recife. Os rodoviários reivindicam melhores salários e condições de trabalho. A categoria parou suas atividades em cerca de 70% da frota, ou seja, apenas 30% da frota de ônibus está circulando pela RMR, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários. Nas ruas do Recife, a cena que se vê é quase sempre a mesma: pouquíssimos ônibus rodando pela cidade, reflexo da paralisação iniciada hoje que deve afetar milhares de usuários do transporte público.

Em vários terminais de ônibus as filas para pegar o coletivo eram imensas
Em praticamente todos os terminais e pontos de ônibus, a situação era a mesma: a grande quantidade de pessoas esperando pelo transporte coletivo. Em alguns locais, ocorreram tumultos de quem disputava pegar o transporte em meio à multidão. Com paradas lotadas, muitos passageiros preferiam esperar a próxima condução. Por outro lado, para atender à população, o Metrorec acrescentou mais duas composições para operar durante o horário de pico, para dar conta da grande demanda de usuários e passageiros que tinham apenas esta opção. Em alguns pontos, apesar da frota reduzida, alguns coletivos passavam com certa frequência. Em determinadas vias do centro do Recife, como rua do Sol, avenida Cruz Cabugá, ponte Duarte Coelho, avenida Guararapes e Conde da Boa Vista houve retenções.

Os poucos ônibus que chegavam vinham superlotados
A categoria está parada desde a zero hora de domingo (ontem) pra segunda e tenta um reajuste salarial de 33% com o patronado, enquanto eles oferecem apenas 3%. Nas ruas, a reclamação dos usuários que provavelmente iriam se atrasar no trabalho era constante. A operadora de telemarketing Michele Silva, que deveria estar no trabalho às 6h30, saiu de casa às 6h na esperança de pegar um ônibus, mas não conseguiu devido à greve: "Saí de casa às 6h e ainda não consegui chegar no trabalho. Pego ônibus lá em Sítio dos Pintos, mas vim pra cá porque lá não passava", afirmou em reportagem num portal de notícias.

Na avenida Conde da Boa Vista e na praça do Derby, a presença de pessoas esperando pelos ônibus era intensa. Assim como nos terminais - onde se concentravam filas enormes - nas calçadas muita gente esperava sentada para se deslocar para o trabalho ou para casa. Quem precisou se deslocar para alguns pontos do Recife e região teve dificuldades com a paralisação, passageiros chegavam a esperar até duas, três horas para pegar um ônibus. Estima-se que só no Recife cerca de 250 mil usuários foram afetados pela greve. Alguns grevistas estão parando os ônibus que estão circulando em regime especial e passageiros dos veículos que estão impedidos de passar desceram dos coletivos para seguir o trajeto a pé.

Paralisação do mês passado

Em junho passado, motoristas e cobradores também cruzaram os braços reivindicando melhores condições. A categoria parou os ônibus nas ruas bloqueando várias vias do Recife, durante ato de advertência que durou uma hora. O embate se misturou à onda de protestos ocorridos na capital em prol de mudanças políticas e preocupou usuários que pretendiam assistir aos eventos da Copa das Confederações.