quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Recife Antigo cai no esquecimento e bairro entra em decadência

O Recife Antigo ou Bairro do Recife, como também é conhecido, localizado na área central da capital pernambucana entrou em segundo plano na atual gestão do poder público e vem perdendo espaço como alternativa de lazer nos últimos anos. O bairro figura como um dos cartões-postais da cidade, tendo como alguns locais de referência a Praça do Arsenal, o Marco Zero e a rua do Bom Jesus, esta última contendo bares e restaurantes que fazem do endereço um espaço frequentado por jovens, boêmios, artistas, intelectuais e jornalistas que não dispensam um chope após o expediente.

A luta de moradores e frequentadores do Recife Antigo para salvar o bairro ganha força nas redes sociais, com a mobilização de centenas de pessoas que reinvindicam uma revitalização para a localidade. Com poucos bares que funcionam à noite, a região é marcada pela presença de flanelinhas e a falta de segurança. Os shows e eventos gratuitos, promovidos pela Prefeitura do Recife para devolver a vida ao Recife Antigo, até agora não foram suficientes para despertar o interesse da maioria das pessoas que buscam lazer e diversão.

Mas não é a primeira vez que a administração municipal tenta, sem sucesso, recuperar o Bairro do Recife. Quando Jarbas Vasconcelos foi prefeito do Recife entre 1986 e 1989, foi criada uma Comissão de Reestruturação do Recife Antigo, que reunia representantes de diversas secretarias. Já durante a segunda fase da gestão de Jarbas na prefeitura (1993/1997) o então secretário de turismo do Recife, Carlos Eduardo Cadoca, implementou ações para reerguer o polo de cultura do Recife Antigo, como a promoção de eventos culturais no bairro para chamar a atenção do público através do São João, carnaval, seresta e o Dançando na Rua.

Mas ainda segundo Cadoca, o processo de recuperação do Recife Antigo foi interrompido em 2001, na gestão do então prefeito do Recife na época, João Paulo, do PT. Hoje a situação do local é de abandono, com algumas ruas pouco iluminadas e o medo da violência por conta de bandidos e criminosos que se aproveitam da situação para cometer roubos ou consumir drogas na região. Em julho passado, pessoas já assaltadas no bairro organizaram um manifesto através do Facebook, que contou com a mobilização de mais de 13 mil pessoas que cobravam do poder público ações de melhorias no bairro.

Foto: ne10.com.br

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Buracos em pistas e calçadas causam transtornos a motoristas e pedestres no Recife

Buracos na rua Imperial, Centro do Recife
A grande quantidade de buracos e de calçadas deterioradas com o tempo atrapalha o deslocamento de veículos e pedestres numa cidade. No Recife não é diferente. Na capital pernambucana, os buracos representam um desafio para a mobilidade urbana e o atraso de uma região que se prepara para receber uma copa do mundo. Em dias de chuva, a situação piora para quem precisa transitar a pé em trechos alagados, principalmente em ruas que não são pavimentadas.

Além disso, a demora no conserto de crateras abertas por diversos órgãos tem prejudicado a circulação pelas ruas do Recife. Provocados por diversos agentes, os buracos se multiplicam em meio a um impasse entre os responsáveis pelo serviço e a população, quando, por exemplo, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) decide quebrar o calçamento de uma rua para realizar o conserto de uma tubulação. Ao final do trabalho, os funcionários da empresa vão embora sem reparar o dano ocasionado.



As depressões que são feitas na cidade por órgãos públicos e empresas privadas são alvo de constantes reclamações da população, que reinvindica da prefeitura melhores condições para poder circular nesses locais. Mas muitos se negam a fazer o conserto e confundem moradores dessas localidades quando alegam que a responsabilidade é da prefeitura. Porém, a Prefeitura do Recife diz que a responsabilidade é de quem causou o problema. A Compesa, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) entre outros órgãos públicos e privados, como empresas de telefonia estão entre os causadores dos buracos recifenses.

A grande quantidade de crateras cobertas por água, pedras ou entulhos viraram uma armadilha para veículos e pedestres. Em contrapartida, a Prefeitura do Recife tenta sanar temporariamente o problema com a Operação Tapa Buraco, onde caminhões com funcionários da Empresa de Limpeza Urbana (Emlurb) circulam pela cidade na tentativa de minimizar os problemas decorrentes dos buracos e crateras abertas no asfalto.

Mas o problema dos buracos não se resume apenas em ruas e pistas de pouco movimento. As BRs que cortam o País também carecem de infraestrutura. Em muitos trechos, o mato esconde placas de sinalização complicando a vida de motoristas que seguem pelas rodovias temendo ser alvo de bandidos, que se aproveitam da situação precária das estradas para cometer assaltos. Para se ter uma dimensão do problema, muitos motoristas são obrigados a diminuir a velocidade quando se deparam com trechos esburacados, e isso favorece a ação dos criminosos.

As péssimas condições das estradas brasileiras revelam um atraso na área de transportes do País. Como o Brasil utiliza pouco as ferrovias, o crescimento econômico da nação fica totalmente ligado ao pouco eficiente sistema rodoviário. Os buracos se estendem do Oiapoque ao Chuí e mostram a necessidade de uma intervenção do governo. A má conservação das estradas brasileiras é apontada como o principal problema de infraestrutura do País.

Buracos do Recife ganharam página na internet

Um site na internet foi criado para registrar os buracos nas vias do Recife e cobrar soluções do poder público. As pessoas podem acessar o site através do endereço eletrônico buracosdorecife.com.br. Na página, fotos de locais que sofrem com o problema e seus respectivos endereços. Os organizadores do site apresentam a página na internet como manifesto de protesto para cobrar ações efetivas da Prefeitura do Recife com relação ao problema.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Santa Cruz finalmente consegue o tão sonhado acesso à série C do Brasileiro

O empate entre os times garantiu o acesso do Santa à série C
Os tricolores, principalmente os que torceram e vibraram em campo ou em frente a TV por uma virada no último jogo entre o Santa Cruz e seu adversário no domingo passado (16), o Treze (PB), agora têm um grande motivo para comemorar. Jogando no estádio Amigão, na Paraíba, o Santa não marcou o placar, ganhando a partida, mas também não perdeu. Ou seja, 0x0 entre os times, resultando num empate que automaticamente classificou o Santa Cruz na série C da tabela do Campeonato Brasileiro.

Nos momentos do jogo, o clima era tenso entre os torcedores do Santa pelo fato do clube não conseguir virar o placar marcando o tão esperado gol. Mas o coral também não decepcionou seus torcedores na partida, ao impedir que o Treze assumisse a posse de bola dentro de campo. O jogo foi marcado por expulsões do time adversário e oito cartões amarelos.
 
Cerca de 60 mil torcedores vibraram com a conquista do Santa Cruz em Campina Grande, onde os jogadores estavam obstinados a virar o placar na semifinal do Campeonato. O time coral já estava a dois anos na série D, e precisava dar uma virada no placar para a alegria de milhares de torcedores que traziam consigo a esperança do título nacional.

Já o Treze da Paraíba não perdeu as esperanças. Apesar de não ter subido no placar, permanecendo na série B, o time volta para casa aguardando o tão sonhado acesso à série C do Brasileiro. O técnico do Treze destacou a importância dos jogos decisivos contra o Santa Cruz, trabalhando o lado emocional de seus jogadores antes da partida.

Foto: www.folhadosertao.com.br

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Roubos e assaltos a bancos cresceram nos últimos anos

A população teme pela segurança nos bancos
Os caixas-eletrônicos de bancos viraram alvo fácil dos bandidos. As investidas vêm ocorrendo com maior frequência nos últimos anos, arriscando a vida de quem depende dos bancos para realizar saques e transações bancárias e de quem trabalha neles. Diante de tantos casos, as autoridades demonstram preocupação em diminuir a ação de bandidos e muitos bancos adotaram medidas de segurança para garantir maior tranquilidade nas agências bancárias, como a proibição do uso de celulares e a implementação do dispositivo antifurto nas agências.

Segundo a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), este ano aconteceram 55 casos de explosão ou arrombamento no estado, superando os 27 ataques do ano passado. Mas não é só Pernambuco que lidera o ranking de roubos a banco. Outros estados do Nordeste também apresentaram estimativas alarmantes, como o Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A Paraíba apresentou o maior número de ataques esse ano. Foram 63, dos quais 50 os bandidos conseguiram fugir com o dinheiro.

Somados, os roubos a banco nesses estados chegam a 155. O Piauí foi o único estado do Nordeste que não divulgou os dados dos roubos nas agências bancárias. Apesar disso, essas unidades da Federação se uniram para tentar diminuir as ocorrências. Em agosto, uma reunião conjunta com representantes dos estados de Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba foi realizada no município de Souza (PB) para discutir ações de segurança pública nos bancos. Outra reunião ocorreu no início de setembro passado, desta vez em Mossoró (RN).

Os caixas-eletrônicos viraram alvo fácil dos criminosos
A união dos estados do Nordeste que apresentam maior indíce de ataques a bancos é um passo importante para ajudar as autoridades a combater esse tipo de crime, traçando estratégias e repassando informações às polícias de cada região, já que os roubos a banco ultrapassam fronteiras. Segundo o secretário de Segurança Pública cearense, coronel da Polícia Militar Francisco Bezerra, "os bandos atuam de forma interestadual." Ele ainda é um dos responsáveis por estimular o trabalho integrado. No caso de cédulas de dinheiro manchadas de vermelho, o Banco Central orienta a população a entregar as notas para análise em qualquer agência bancária.

Bancários reinvindicam mais segurança

Assim como na Paraíba, a sensação de insegurança nos bancos em Pernambuco não é diferente, já que o estado ocupa a 4° posição no ranking de insegurança bancária no Brasil, segundo dados do Jornal dos Bancários de Pernambuco. O sindicato da categoria já discutiu, em março deste ano, ações de segurança bancária com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. O objetivo do encontro foi discutir a pauta de reinvindicações dos bancários. Além disso, Recife e Olinda aprovaram uma nova lei, no ano passado, que garante mais segurança nos bancos, que é a proibição do uso de celulares no interior das agências.

Fotos: vanderleideoliveira.wordpress.com e gazetadevarginha.blogspot.com

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Número de motociclistas aumenta no país e acidentes de motos já chegam a 10 mil por ano

O aumento no número de acidentes de moto nos últimos anos preocupa as autoridades
Os acidentes de moto vêm aumentando a cada ano e estatísticas mostram que motociclistas morrem mais que vítimas de armas de fogo. Segundo dados do jornal AquiPE, no ano 2000 1.124 vítimas de armas de fogo foram atendidas no Hospital da Restauração no Recife. Acidentados de motos eram 344. Em apenas dez anos, outro cenário alarmante: 3.345 acidentados de motos contra 996 vítimas de morte por arma de fogo. Ou seja, em 2010, acidentes envolvendo motos causaram o internamento de mais de três mil pessoas no Hospital da Restauração.

No estado de São Paulo não é diferente. Os acidentes por motocicletas representa 19,5% das internações no Hospital das Clínicas, onde a maior parte dos acidentados são do sexo masculino, correspondendo a 89,3% das vítimas. Os atropelamentos ainda são a maior causa de entradas no HC na capital paulista com 20,5% das internações. Nos últimos anos, as motos se popularizaram, com o aumento no número de motociclistas e, consequentemente, de acidentes.

Este ano, foi implantado um comitê em Pernambuco na tentativa de reduzir os acidentes
Em Pernambuco, só em 2010 ocorreram 589 mortes de acidentes de moto. Isso representa 31% de todas as mortes por acidentes de trânsito no estado. Em vinte anos, a frota de motos cresceu 20 vezes aqui no estado. Os dados são de abril deste ano e mostra que a frota era de 674.002 veículos. Hoje as motos são sinônimo de mobilidade e praticidade, são utilizadas como fonte de renda por muitos motoboys ou, simplesmente, como hobby. Entretanto, os altos índices de mortes e internações de motoqueiros vêm causando preocupação e estimativas apontam que condutores desses veículos, em sua grande maioria, não utilizam equipamentos de proteção adequados, como joelheiras, cotoveleiras e equipamentos reflexivos.

Para isso, um comitê foi criado em Pernambuco em maio deste ano com o objetivo de criar estratégias para minimizar o problema. Intitulado de Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto, o projeto prevê, entre uma das medidas, a criação de uma norma pelo Detran-PE que obrigue os motociclistas profissionais, como motoboys e mototaxistas a usar equipamentos de proteção. Além disso, uma campanha educativa foi implementada em setembro deste ano para conscientizar os motoboys da importância da segurança no trânsito.

A falta de cuidado no trânsito por parte dos motociclistas tem gerado uma epidemia de acidentes nos últimos anos, tornando-se um problema de saúde pública. E o aumento na frota de motos confirma os dados preocupantes: crescimento de 18% no número de motocicletas no estado de Pernambuco até o primeiro semestre deste ano, juntando os dados com o mesmo período de 2010. Estima-se que entre 2012 e 2021, 143 mil pessoas vão morrer em acidentes com motos no país. A quantidade de vítimas que perdem a vida nesses acidentes, por ano em Pernambuco, já é maior do que a própria frota motociclística do estado, que detém 0,5% da frota de motos no Brasil, onde as estatísticas apontam um futuro com mais motos nas ruas do que automóveis. Frear os sucessivos acidentes e criar novas políticas públicas de mobilidade urbana é um desafio para os gestores públicos.

Fotos: pe360graus.globo.com e Priscilla Buhr/JC Imagem