domingo, 23 de junho de 2013

Recife demonstra apoio à mobilização nacional com protestos de insatisfação popular que pararam a cidade

Manifestantes pararam o Centro do Recife na última quinta e seguiram até o Marco Zero
A última quinta-feira (20/06) foi uma data histórica para o nosso calendário. Em apoio à grande manifestação nacional pela redução das tarifas de ônibus, iniciada em São Paulo, outras cidades brasileiras também aderiram ao grande protesto, que reivindicava, entre várias medidas, o fim da corrupção e mais investimentos na saúde. Nessas duas últimas semanas, a grande massa da população brasileira de vários pontos do país está saindo às ruas para protestar. Para muitos, a insatisfação popular precisa pressionar o governo por melhorias sociais e por uma destinação correta dos recursos públicos.

As marchas por um Brasil melhor, que tiveram estopim na capital paulista, seguiu em algumas das principais capitais brasileiras com a revolta do povo nas ruas, que não estava fazendo propaganda política - pelo menos em sua maioria -, pois quando alguns grupos chegavam com cartazes com fins políticos, logo eram repreendidos pela maioria, que lutava por apenas uma causa: a reforma política, uma redemocratização para o país que há anos tem a imagem da política corrompida e decadente de Brasília. Na capital Federal, o Palácio do Itamaraty foi atacado por grupos isolados e no Sul do país viaturas de reportagem de duas emissoras de tevê foram incendiadas.

Vídeo, abaixo, mostra parte da manifestação que parou o Recife no último dia 20:


Em várias manifestações, a cena que se via era quase a mesma: violência e repressão a determinados grupos que se infiltravam na manifestação pacífica para tumultuar. Em São Paulo, por exemplo, alguns vândalos misturados à concentração foram os responsáveis por saques em lojas e depredações no patrimônio público, como a danificação em monumentos na praça Tiradentes e os ataques com pichações à bancos e igrejas. A polícia reagiu e utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os vândalos que se aproveitavam da situação. Algumas pessoas chegaram a ser detidas pelos policiais. Na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em rede nacional, anunciando que vai atender às reivindicações mas repudiou os atos de violência.

Já no Recife, os protestos tiveram um início pacífico, mas logo ganhou ares de violência, com a polícia detendo alguns vândalos que jogavam pedras e tentavam invadir o prédio da prefeitura da cidade. Estima-se que mais de 50 mil pessoas foram reunidas  neste protesto, que marcou um dia histórico não só para a capital pernambucana como também para o país, em que as grandes mobilizações populares têm o objetivo de chamar a atenção das autoridades políticas para causas em prol da cidadania e de ações de inclusão social, entre outras reivindicações. Em 1992, estudantes "cara-pintada" reuniram-se em frente ao Congresso pediando o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, acusado na época de corrupção.

Cerca de cinco quilômetros foram percorridos pelos estudantes e público em geral que participou da manifestação no Recife, que foi articulada pela internet e que ganhou força com as redes sociais. Centenas de pessoas marcaram presença e trouxeram seus cartazes e panfletos com os mais variados dizeres, onde muitos abusavam da criatividade. Na avenida Conde da Boa Vista, um dos palcos principais dos protestos na área central da cidade, a população residente nos edifícios da localidade apoiou o manifesto, com o acender a apagar de luzes pelas janelas dos prédios, ação que recebeu apoio dos demais participantes. No próximo dia 26, está marcada uma nova manifestação no Recife.