domingo, 6 de novembro de 2011

Cemitério do Recife guarda histórias sobre a cidade


Para muita gente pode parecer estranho, mas passear entre jazigos e catacumbas no Cemitério de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife e ver de perto túmulos de personalidades como o do abolicionista Joaquim Nabuco, do compositor Capiba, do escritor Gilberto Freire, do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes e de tantos outros personagens da cultura pernambucana no passado é um convite a conhecer um pouco da história do Recife.

Manoel Borba, Maciel Pinheiro e Conde da Boa Vista, que dão nome a alguns endereços do Recife, até hoje estão sepultados no Cemitério de Santo Amaro. Quem caminha nas ruas do cemitério pode conferir de perto a história de cada pessoa lá enterrada, nas inscrições de pequenos textos nas lápides, alguns já apagados pelo tempo. Também há uma capelinha com imagens de santos nos fundos do cemitério, um ambiente religioso para católicos.

Para devotos dessa religião, já é tradição visitar os entes queridos que já partiram no dia de Finados, que acontece todos os anos, onde é celebrada uma missa pelo então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. Para os católicos, a morte não é o fim de tudo, e sim o recomeço de uma nova vida.

Em túmulos cheios de presentes, homenagens, velas e flores, também é possível conhecer a história da Menina Sem Nome, que é assim chamada porque nunca foi identificada, morta na década de 70 na praia do Pina, de causas que até hoje são desconhecidas. Na época, houve até suspeita de abuso sexual, denúncia que não foi comprovada. Alguns católicos atribuem milagres e graças alcançadas à menina.

Também se pode conferir de perto a história do menino Alfredinho, morto no fim da década de 1950 com 11 anos de idade. A foto do menino, ainda em preto e branco estampada em sua lápide e com alguns detalhes apagados expõe o desgaste feito pelo tempo ao longo de cinco décadas. Estátuas e estatuetas fazem parte do cenário que integra o cemitério, que contrasta com a superlotação de túmulos, ostentando ao cemitério de Santo Amaro o título de um dos maiores cemitérios públicos de Pernambuco.

Foto: Karoline Fernandes/Rádio Jornal

5 comentários:

  1. Fernando, eu quero muito mesmo conhecer Recife. De tanto que você já falou sobre essa cidade, ela se tornou uma das prioridades da minha lista de viagens (que um dia eu farei!); Quanto ao cemitério... Hum, talvez eu dê uma volta lá! KKKK, abraço!

    http://elviswollinger.blogspot.com

    ElvisWollinger

    ResponderExcluir
  2. Valeu meu brother! Recife é uma cidade grande, bonita. Quem sabe um dia até não nos encontramos aqui.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. oi gostaria de saber, do que alfredinho, morreu, e porque ele é considerado um santo, assim como a nina sem nome? espero resposta desde já.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Conheço a família do Alfredinho e sei a sua estória. Ele foi um menino extremamente sensível e bom. Quando muito pequeno sofreu de problemas respiratórios que foram curados quando da mudança da sua família da cidade de Glória do Goitá para o Recife. A mudança foi provocada justamente na intenção da sua cura. Aos 11 anos foi diagnosticada a leucemia que mais tarde o levaria á morte.
      Algum tempo depois, a família foi procurada por algumas pessoas que relataram ter feito pedidos e alcançado graças consideradas difíceis ou impossíveis. Tudo começou porque uma senhora afirmava ter falando com um menino no cemitério que lhe apontou o túmulo de Alfredinho.

      Excluir

Deixe sua opinião, crítica, sugestão. Os comentários não refletem a opinião do autor, que por eles não se responsabiliza.