sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rua Imperial amarga o abandono e moradores aguardam a tão sonhada revitalização da via

Trecho da rua Imperial em época de preparativos para o carnaval - foto de 2009
A rua Imperial, encravada no coração do Recife, já foi símbolo de desenvolvimento no início do século passado. Nos seus 1,5 km de extensão, a via liga o Centro do Recife ao bairro de Afogados e coleciona histórias de um Recife do passado, com casarões e prédios antigos. Mas nas últimas décadas, a debandada de moradores é visível. De dia, comércio, oficinas, ferro-velho, engarrafamentos. À noite, o medo da violência.

Sinônimo de apogeu nos anos 50 e 60, a rua foi perdendo seu potencial econômico com a desvalorização dos imóveis da área. Poucas famílias restaram no local para contar a história. A maioria dos apartamentos e residências estão abandonados. Sem vida, essas habitações se tornam vítimas da degradação. Fora isso, a situação da rua Imperial deixa a desejar quando chove e vêm os alagamentos. Em alguns trechos, poucos se arriscam a transitar a pé em dias chuvosos.
Em alguns trechos, os alagamentos em dias de chuva dificultam o deslocamento de veículos e pedestres
Os moradores, porém, não perderam as esperanças de recuperação da Imperial e vivem à espera do progresso. Muitos continuam morando na localidade pela proximidade do Centro do Recife (onde se encontram supermercados, farmácias, teatro, cinema, camelodrámo) e por ser paralela à Avenida Sul - que abriga os pontos de ônibus de diversas linhas da Zona Sul do Recife e os ônibus que se dirigem ao Centro da cidade.

Os moradores mais antigos da Imperial cultivam uma certa "paixão" pelo endereço. Isso porque já se acostumaram, no decorrer do tempo em que residem na via, com a rotina de trânsito, comércio, agitação e, inclusive, a saída de alguns vizinhos que se mudaram para outros locais, mas que construíram sua história de vida num pedacinho da Imperial. Apesar de poucas e cada vez mais raras, as conversas de vizinhos que se sentam na calçada da rua são mantidas até hoje e só são limitadas pelo medo da violência.

Fotos: Humberto Paiva e www.panoramio.com.br

Um comentário:

  1. Oi Fernando!
    Muito bom o texto desta matéria, é teu?
    Perfeito e alerta para o problema da rua, assim como coloca a rua como um personagem das famílias que lá residem.
    Parabéns.
    Grande abraço!

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