quarta-feira, 7 de julho de 2010

10 anos do assalto ao ônibus 174


Em 12 de junho de 2000, o Brasil assistia ao vivo pela televisão ao drama de passageiros que tinham virado reféns de um bandido num ônibus. Com medo, motorista e cobrador pularam da janela do veículo assim que o bandido subiu e anunciou o assalto. Um passageiro sinalizou para uma viatura de polícia que passava próximo ao ônibus e começaram as negociações do assaltante com os policiais. A todo instante, Sandro Barbosa do Nascimento, 21 anos, que tinha feito 11 reféns no veículo, ameaçava matar os passageiros e intimidava policiais e os jornalistas que estavam cobrindo o caso.

Foram horas de muita angústia e negociação.O clima era tenso. De tão nervosa, uma passageira passou mal e teve a sorte de ser liberada pelo bandido. Mas infelizmente essa história teve um desfecho trágico com a morte de uma refém, a professora Geísa Firmo Gonçalves, de 20 anos. Isso mostrou o despreparo dos policiais com a situação. O atirador de elite do batalhão de operações especiais (Bope) errou o tiro e acertou de raspão no queixo da refém e o assaltante se assustou e acabou disparando três tiros contra ela, que ainda foi socorrida para o hospital mas acabou não resistindo aos ferimentos.

Por conta disso, o Bope intensificou os treinamentos e modificou totalmente sua postura diante de situações extremas. No dia do assalto, uma multidão de curiosos foi se aglomerando no local para acompanhar tudo de perto. A polícia teve que isolar a área. Quando Sandro já estava dominado nas mãos dos policiais, as pessoas tentaram lincha-lo. Um tumulto de pessoas se formou quando o assaltante foi levado para a viatura. Todos estavam revoltados. Antes de sair do ônibus, o bandido já tinha simulado a morte de uma passageira.

A história de Sandro Barbosa do Nascimento revela o sofrimento de um menino pobre e órfão, que perdeu a mãe muito cedo. Com apenas 6 anos de idade, o garoto presenciou a mãe ser assassinada e, sem pai e desamparado, Sandro foi parar nas ruas de Copacabana, no Rio de Janeiro. Se juntou com meninos de rua e começou a praticar pequenos furtos. Assim ele ingressou no mundo das drogas e já chegou até a ser preso. Apesar de tantos anos, o pai de Geísa, Gilson Martins Gonçalves, ainda não recebeu a indenização proposta pela justiça de R$ 50 mil além de uma aposentadoria vitalícia no valor de três salários minímos.

Foto: oglobo.globo.com

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